THE ROCK MEMORY - Airton Diniz
Airton Diniz é um exemplo de vida para quem gosta de heavy metal. Uma vida inteira de luta e dedicação ao som amado. Chefe e editor de uma das maiores revistas brasileiras de heavy metal, a Roadie Crew. Airton expõe a sua opinião, numa entrevista exclusiva para Portugal.
Metal Morfose - Airton Diniz estamos muitos felizes e honrados por teres aceitado o convite para a entrevista da secção The Rock Memory!
Airton Diniz - É um prazer muito grande e uma óptima oportunidade para que eu possa ter contacto directo com o público de Portugal. Tenho bons amigos no país e o meu nome de família (Diniz) já mostra de onde são as minhas origens. Com certeza tenho sangue português, com muito orgulho.
M M - Quando começou a tua paixão pelo rock n roll e heavy metal até aos dias de hoje?
Airton Diniz - Desde criança senti-me atraído por esse estilo musical. Quando eu era miúdo surgiram subitamente os Beatles, que dominaram todo o mundo e fizeram com que eu tivesse uma vontade enorme de ser músico. Infelizmente não tive talento suficiente para ser um músico tão bom como gostaria de ser, mas a paixão pela música cresceu desde então. A música tem um papel muito importante na minha vida.
M M - Quando compras-te o teu primeiro álbum e como era a cena rock n roll na época?
Airton Diniz - O primeiro disco de rock que eu comprei com o meu próprio dinheiro deve ter sido dos Led Zeppelin ou do Jimi Hendrix, mas o primeiro disco da minha colecção foi um presente de aniversário dos meus pais quando fiz 14 anos, o LP "Beatles Again" (este disco foi o segundo LP dos Beatles lançado aqui no meu país, e que saiu só no Brasil, e tem músicas do primeiro disco "Please Please Me" e algumas músicas que tinham saído em singles na época).
M M - Qual foi a primeira banda de rock n roll que viste ao vivo?
Airton Diniz - Os primeiros concertos de rock que assisti ainda na adolescência e que jamais esqueci foram de uma banda chamada Porão 99, da cidade onde eu morava - São Caetano do Sul/SP – e da banda Made in Brazil, de São Paulo/SP, esta ainda existe e é uma excelente banda. Concerto de um artista internacional foi o Alice Cooper, quando veio ao Brasil pela primeira vez na década de 70.
M M - Faz uma análise das mudanças de estilos, ritmos, solos, riffs, letras e músicas dos anos 60, 70 em relação ao heavy metal dos anos 80, 90 até 2007?
Airton Diniz - Os anos 60 representaram a mudança total na forma de pensar e agir de grande parte da humanidade. A revolução cultural que ocorreu foi muito mais abrangente do que simplesmente o aparecimento de novos ritmos musicais. O comportamento das pessoas mudou e o mundo nunca mais foi o mesmo. No começo as letras eram muito inocentes, mas o caminho foi aberto para tratar de assuntos mais sérios, ao serem abordados assuntos político e preocupações com temas sociais. A sequência natural de tudo o que aconteceu nos anos 60 foi o aparecimento do rock mais pesado no início dos anos 70, com o grande trio de ferro Black Sabbath, Led Zeppelin e Deep Purple. Essa evolução chegou aos anos 80 com os grandes espectáculos de arena, com as principais bandas a apresentarem-se em estádios ou mega eventos. A indústria do rock estava no auge, comercialmente falando foi uma época de ouro do Heavy Metal / Hard Rock.
Os anos 90 ficaram marcados pela evolução de bandas mais extremas, com o heavy metal a tornar-se mais veloz e agressivo com o crescimento do thrash e do death metal. Sentimos que os vários estilos que surgiram dentro do género Metal nos anos anteriores permanecem muito vivos nesta primeira década do ano 2000, mas não há um estilo que domine o cenário no momento. Aparecem bandas novas a fazer thrash metal "old school" ou death metal, ou mesmo metal tradicional, mas não acontece a situação de um estilo ser predominante. O importante é que o Metal mantém-se vivo e forte, as músicas ainda são feitas com bons riffs e solos que só os músicos de metal têm sensibilidade suficiente para criar.
M M - Conta-nos o inicio e construção da Revista Roadie Crew no Brasil para o mundo?
Airton Diniz - Em Julho de 1994 eu, o meu sobrinho Claudio Vicentin e um primo dele, Anselmo Teles, decidimos começar a escrever um fanzine, cujo nome – Roadie Crew - foi sugerido pela minha filha Cintia Diniz (que hoje é produtora e apresentadora do programa de TV Stay Heavy – www.stayheavy.com). Lançamos a edição experimental (de nº 0) nas vésperas do primeiro festival Philips Monsters Of Rock, em São Paulo.
Entre 1994 e 1997 publicamos mais 7 edições ainda como fanzine e então constituímos a editora. A edição nº 8 foi a primeira publicada oficialmente como revista e a partir da edição nº 9 a Roadie Crew passou a ter circulação em todo Brasil. A frequência inicialmente era bimestral até Novembro de 2000, quando passou a ser mensal. Desde o início só utilizamos material editorial exclusivo e produzido pelos nossos redactores ou colaboradores especificamente para a revista.
Em 1999 optamos por investir nas coberturas de grandes festivais no exterior com a nossa própria equipa e tivemos óptimas experiências e um resultado altamente positivo. Começamos em 1999 no Dynamo Open Air na Holanda, em 2000 cobrimos novamente o Dynamo e também fizemos o Gods Of Metal. A partir de 2001 estabelecemos uma parceria com a produção do Wacken e desde então fazemos um trabalho conjunto com a ICS, o que nos proporcionou condições de ser o órgão de imprensa responsável pela indicação anual de uma banda para participar no Wacken Open Air, que é o maior festival de Heavy Metal do mundo. Produzimos também matérias exclusivas em outros eventos, tanto na Europa como nos Estados Unidos.
Completamos em Maio de 2007 nove anos de circulação nas bancas e desde os primeiros anos tivemos também distribuição em Portugal, que tivemos de interromper por um período, porque a distribuidora internacional que nos fazia o serviço de exportação teve problemas administrativos. Voltamos a ter distribuição em Portugal a partir do final do ano de 2006.
M M - A Revista Roadie Crew tem um extraordinário dream team tanto em família, profissionais do ramo e amigos. Como foi juntar todas estas pessoas?
Airton Diniz - É como uma família de verdade. Mesmo as pessoas que já trabalharam connosco mantêm o contacto com os que continuam na revista. O critério básico para fazer parte da equipa é gostar de Heavy Metal. E todas estas pessoas são do nosso círculo de amizades, que se juntaram nesta actividade por amor à música. O Claudio Vicentin foi baterista e foi roadie dos Angra, antes de entrar no jornalismo, o Ricardo Batalha também é baterista e substituiu o Claudio como roadie do Ricardo Confessori. O Batalha, o Ricardo Campos (que é guitarrista do Sunseth Midnight) e o Thiago Sarkis formam o núcleo da redacção da revista. O Leandro de Oliveira é o editor de arte e o responsável pelo editorial da Roadie Crew.
M M - Como te sentes com o sucesso do site e programa Stay Heavy comandado pela tua filha Cintia Diniz e o teu genro Vinnicius Neves?
Airton Diniz - É uma satisfação muito grande ver a minha filha a trabalhar e a divertir-se com o rock, ao lado de uma pessoa que curte as mesmas coisas que ela, pois o Vinicius, felizmente, também é um "headbanger". Aliás, quando ela era adolescente eu dizia que iria impor uma condição para quem viesse a ser o namorado dela! Teria que
ter cabelo comprido, gostar de rock e ser Santos Futebol Clube. O Vinicius só atendeu a dois dos três requisitos, pois ele é do São Paulo. Mas mesmo assim aceitei-o na família, pois ninguém é perfeito [risos].
M M - Como foi teres sido jurado do Metal Battle, no maior e melhor festival do mundo o Wacken Open Air 2007 e ainda ver os brasileiros Torture Squad saírem vencedores?
Airton Diniz - Foi uma honra e ao mesmo tempo uma grande responsabilidade. Sou jurado do Wacken Metal Battle desde 2005, quando houve a primeira edição do concurso de bandas. Em 2005 tivemos a participação dos Tuatha de Danann, na condição de convidado especial da organização do Wacken e mesmo sem concorrer na competição, pois tinham um disco recém lançado na época, a repercussão da apresentação dos Tuatha foi tão grande que eles foram premiados como melhor banda internacional e hoje têm à disposição um contracto para que o seu próximo disco saia pela Armageddon. A banda vencedora do Metal Battle naquele ano foi o Gorilla Monsoon, da Alemanha. Em 2006 foi novamente uma banda alemã que ganhou o prémio, os Drone. E agora em 2007 foram os Torture Squad, uma banda brasileira que vive um momento maravilhoso, foi a vencedora com muito mérito. Tecnicamente são perfeitos e muito motivados. Todos os que viram o seu concerto no Wacken afirmaram que eles eram os favoritos. A minha satisfação com o resultado foi muito grande, pois a banda além de óptima musicalmente, é composta por quatro pessoas maravilhosas, grandes figuras humanas, extremamente profissionais e que merecem a oportunidade de mostrar o seu trabalho ao mundo.
M M - Achas possível num futuro próximo festivais como Wacken Open Air, Gods of Metal, With Full Force e Bang Your Head realizarem-se noutros países como Portugal e Brasil?
Airton Diniz - Acho perfeitamente possível que aconteçam grandes festivais em Portugal (aliás o Rock in Rio Lisboa é um grande evento, pena que não é só de metal). Portugal tem uma posição geográfica privilegiada, que facilita em muito a realização de um grande evento de verão como acontece em vários outros países europeus. No Brasil ainda temos uma dificuldade adicional com a distância, pois o custo de deslocamento inviabiliza a realização de um festival com 3 dias de duração e com cerca de 90 bandas internacionais, como acontece no Wacken, por exemplo. Mas podemos ter bons festivais, com um número menor de bandas, como o Monsters of Rock que já aconteceram por aqui.
M M - E que tal um Festival Roadie Crew Concert ou Stay Heavy Live?
Airton Diniz - Pode ser. Quem sabe? Já tivemos uma experiência que foi a nossa participação na realização do primeiro Live n' Louder Rock Fest de 2005. Sendo bem planeado e executado com profissionalismo é possível produzir um evento de grande porte com qualidade e com bons resultados.
M M - Foi uma honra e prazer ter entrevistado a “enciclopédia” de Rock e Metal Airton Diniz. Considerações finais e mensagem aos leitores da Revista Roadie Crew em Portugal?
Airton Diniz - Agradeço esta oportunidade de falar sobre música, que é um assunto apaixonante, para o público do Metal Morfose e também os leitores da Roadie Crew. Espero um dia poder conhecer Portugal e ter a oportunidade de conversar directamente com as pessoas que curtem o mesmo tipo de som que eu tanto gosto. Quero dar um abraço aos grandes amigos portugueses que colaboram ou já colaboraram com a revista nestes anos todos. Quero também dar os parabéns aos nossos irmãos portugueses pelo bom futebol que a selecção de Portugal tem praticado, e estou ansioso para que sejam campeões da Europa.
Entrevista por: Aldo Beehlerr Rockerr
http://www.roadiecrew.com.br/
http://www.stayheavy.com/
http://www.myspace.com/airtondiniz
Metal Morfose - Airton Diniz estamos muitos felizes e honrados por teres aceitado o convite para a entrevista da secção The Rock Memory!
Airton Diniz - É um prazer muito grande e uma óptima oportunidade para que eu possa ter contacto directo com o público de Portugal. Tenho bons amigos no país e o meu nome de família (Diniz) já mostra de onde são as minhas origens. Com certeza tenho sangue português, com muito orgulho.
M M - Quando começou a tua paixão pelo rock n roll e heavy metal até aos dias de hoje?
Airton Diniz - Desde criança senti-me atraído por esse estilo musical. Quando eu era miúdo surgiram subitamente os Beatles, que dominaram todo o mundo e fizeram com que eu tivesse uma vontade enorme de ser músico. Infelizmente não tive talento suficiente para ser um músico tão bom como gostaria de ser, mas a paixão pela música cresceu desde então. A música tem um papel muito importante na minha vida.
M M - Quando compras-te o teu primeiro álbum e como era a cena rock n roll na época?
Airton Diniz - O primeiro disco de rock que eu comprei com o meu próprio dinheiro deve ter sido dos Led Zeppelin ou do Jimi Hendrix, mas o primeiro disco da minha colecção foi um presente de aniversário dos meus pais quando fiz 14 anos, o LP "Beatles Again" (este disco foi o segundo LP dos Beatles lançado aqui no meu país, e que saiu só no Brasil, e tem músicas do primeiro disco "Please Please Me" e algumas músicas que tinham saído em singles na época).
M M - Qual foi a primeira banda de rock n roll que viste ao vivo?
Airton Diniz - Os primeiros concertos de rock que assisti ainda na adolescência e que jamais esqueci foram de uma banda chamada Porão 99, da cidade onde eu morava - São Caetano do Sul/SP – e da banda Made in Brazil, de São Paulo/SP, esta ainda existe e é uma excelente banda. Concerto de um artista internacional foi o Alice Cooper, quando veio ao Brasil pela primeira vez na década de 70.
M M - Faz uma análise das mudanças de estilos, ritmos, solos, riffs, letras e músicas dos anos 60, 70 em relação ao heavy metal dos anos 80, 90 até 2007?
Airton Diniz - Os anos 60 representaram a mudança total na forma de pensar e agir de grande parte da humanidade. A revolução cultural que ocorreu foi muito mais abrangente do que simplesmente o aparecimento de novos ritmos musicais. O comportamento das pessoas mudou e o mundo nunca mais foi o mesmo. No começo as letras eram muito inocentes, mas o caminho foi aberto para tratar de assuntos mais sérios, ao serem abordados assuntos político e preocupações com temas sociais. A sequência natural de tudo o que aconteceu nos anos 60 foi o aparecimento do rock mais pesado no início dos anos 70, com o grande trio de ferro Black Sabbath, Led Zeppelin e Deep Purple. Essa evolução chegou aos anos 80 com os grandes espectáculos de arena, com as principais bandas a apresentarem-se em estádios ou mega eventos. A indústria do rock estava no auge, comercialmente falando foi uma época de ouro do Heavy Metal / Hard Rock.
Os anos 90 ficaram marcados pela evolução de bandas mais extremas, com o heavy metal a tornar-se mais veloz e agressivo com o crescimento do thrash e do death metal. Sentimos que os vários estilos que surgiram dentro do género Metal nos anos anteriores permanecem muito vivos nesta primeira década do ano 2000, mas não há um estilo que domine o cenário no momento. Aparecem bandas novas a fazer thrash metal "old school" ou death metal, ou mesmo metal tradicional, mas não acontece a situação de um estilo ser predominante. O importante é que o Metal mantém-se vivo e forte, as músicas ainda são feitas com bons riffs e solos que só os músicos de metal têm sensibilidade suficiente para criar.
M M - Conta-nos o inicio e construção da Revista Roadie Crew no Brasil para o mundo?
Airton Diniz - Em Julho de 1994 eu, o meu sobrinho Claudio Vicentin e um primo dele, Anselmo Teles, decidimos começar a escrever um fanzine, cujo nome – Roadie Crew - foi sugerido pela minha filha Cintia Diniz (que hoje é produtora e apresentadora do programa de TV Stay Heavy – www.stayheavy.com). Lançamos a edição experimental (de nº 0) nas vésperas do primeiro festival Philips Monsters Of Rock, em São Paulo.
Entre 1994 e 1997 publicamos mais 7 edições ainda como fanzine e então constituímos a editora. A edição nº 8 foi a primeira publicada oficialmente como revista e a partir da edição nº 9 a Roadie Crew passou a ter circulação em todo Brasil. A frequência inicialmente era bimestral até Novembro de 2000, quando passou a ser mensal. Desde o início só utilizamos material editorial exclusivo e produzido pelos nossos redactores ou colaboradores especificamente para a revista.
Em 1999 optamos por investir nas coberturas de grandes festivais no exterior com a nossa própria equipa e tivemos óptimas experiências e um resultado altamente positivo. Começamos em 1999 no Dynamo Open Air na Holanda, em 2000 cobrimos novamente o Dynamo e também fizemos o Gods Of Metal. A partir de 2001 estabelecemos uma parceria com a produção do Wacken e desde então fazemos um trabalho conjunto com a ICS, o que nos proporcionou condições de ser o órgão de imprensa responsável pela indicação anual de uma banda para participar no Wacken Open Air, que é o maior festival de Heavy Metal do mundo. Produzimos também matérias exclusivas em outros eventos, tanto na Europa como nos Estados Unidos.
Completamos em Maio de 2007 nove anos de circulação nas bancas e desde os primeiros anos tivemos também distribuição em Portugal, que tivemos de interromper por um período, porque a distribuidora internacional que nos fazia o serviço de exportação teve problemas administrativos. Voltamos a ter distribuição em Portugal a partir do final do ano de 2006.
M M - A Revista Roadie Crew tem um extraordinário dream team tanto em família, profissionais do ramo e amigos. Como foi juntar todas estas pessoas?
Airton Diniz - É como uma família de verdade. Mesmo as pessoas que já trabalharam connosco mantêm o contacto com os que continuam na revista. O critério básico para fazer parte da equipa é gostar de Heavy Metal. E todas estas pessoas são do nosso círculo de amizades, que se juntaram nesta actividade por amor à música. O Claudio Vicentin foi baterista e foi roadie dos Angra, antes de entrar no jornalismo, o Ricardo Batalha também é baterista e substituiu o Claudio como roadie do Ricardo Confessori. O Batalha, o Ricardo Campos (que é guitarrista do Sunseth Midnight) e o Thiago Sarkis formam o núcleo da redacção da revista. O Leandro de Oliveira é o editor de arte e o responsável pelo editorial da Roadie Crew.
M M - Como te sentes com o sucesso do site e programa Stay Heavy comandado pela tua filha Cintia Diniz e o teu genro Vinnicius Neves?
Airton Diniz - É uma satisfação muito grande ver a minha filha a trabalhar e a divertir-se com o rock, ao lado de uma pessoa que curte as mesmas coisas que ela, pois o Vinicius, felizmente, também é um "headbanger". Aliás, quando ela era adolescente eu dizia que iria impor uma condição para quem viesse a ser o namorado dela! Teria que
ter cabelo comprido, gostar de rock e ser Santos Futebol Clube. O Vinicius só atendeu a dois dos três requisitos, pois ele é do São Paulo. Mas mesmo assim aceitei-o na família, pois ninguém é perfeito [risos].
M M - Como foi teres sido jurado do Metal Battle, no maior e melhor festival do mundo o Wacken Open Air 2007 e ainda ver os brasileiros Torture Squad saírem vencedores?
Airton Diniz - Foi uma honra e ao mesmo tempo uma grande responsabilidade. Sou jurado do Wacken Metal Battle desde 2005, quando houve a primeira edição do concurso de bandas. Em 2005 tivemos a participação dos Tuatha de Danann, na condição de convidado especial da organização do Wacken e mesmo sem concorrer na competição, pois tinham um disco recém lançado na época, a repercussão da apresentação dos Tuatha foi tão grande que eles foram premiados como melhor banda internacional e hoje têm à disposição um contracto para que o seu próximo disco saia pela Armageddon. A banda vencedora do Metal Battle naquele ano foi o Gorilla Monsoon, da Alemanha. Em 2006 foi novamente uma banda alemã que ganhou o prémio, os Drone. E agora em 2007 foram os Torture Squad, uma banda brasileira que vive um momento maravilhoso, foi a vencedora com muito mérito. Tecnicamente são perfeitos e muito motivados. Todos os que viram o seu concerto no Wacken afirmaram que eles eram os favoritos. A minha satisfação com o resultado foi muito grande, pois a banda além de óptima musicalmente, é composta por quatro pessoas maravilhosas, grandes figuras humanas, extremamente profissionais e que merecem a oportunidade de mostrar o seu trabalho ao mundo.
M M - Achas possível num futuro próximo festivais como Wacken Open Air, Gods of Metal, With Full Force e Bang Your Head realizarem-se noutros países como Portugal e Brasil?
Airton Diniz - Acho perfeitamente possível que aconteçam grandes festivais em Portugal (aliás o Rock in Rio Lisboa é um grande evento, pena que não é só de metal). Portugal tem uma posição geográfica privilegiada, que facilita em muito a realização de um grande evento de verão como acontece em vários outros países europeus. No Brasil ainda temos uma dificuldade adicional com a distância, pois o custo de deslocamento inviabiliza a realização de um festival com 3 dias de duração e com cerca de 90 bandas internacionais, como acontece no Wacken, por exemplo. Mas podemos ter bons festivais, com um número menor de bandas, como o Monsters of Rock que já aconteceram por aqui.
M M - E que tal um Festival Roadie Crew Concert ou Stay Heavy Live?
Airton Diniz - Pode ser. Quem sabe? Já tivemos uma experiência que foi a nossa participação na realização do primeiro Live n' Louder Rock Fest de 2005. Sendo bem planeado e executado com profissionalismo é possível produzir um evento de grande porte com qualidade e com bons resultados.
M M - Foi uma honra e prazer ter entrevistado a “enciclopédia” de Rock e Metal Airton Diniz. Considerações finais e mensagem aos leitores da Revista Roadie Crew em Portugal?
Airton Diniz - Agradeço esta oportunidade de falar sobre música, que é um assunto apaixonante, para o público do Metal Morfose e também os leitores da Roadie Crew. Espero um dia poder conhecer Portugal e ter a oportunidade de conversar directamente com as pessoas que curtem o mesmo tipo de som que eu tanto gosto. Quero dar um abraço aos grandes amigos portugueses que colaboram ou já colaboraram com a revista nestes anos todos. Quero também dar os parabéns aos nossos irmãos portugueses pelo bom futebol que a selecção de Portugal tem praticado, e estou ansioso para que sejam campeões da Europa.
Entrevista por: Aldo Beehlerr Rockerr
http://www.roadiecrew.com.br/
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http://www.myspace.com/airtondiniz
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