ENTREVISTA - HARGOS

Ao primeiro álbum “Shadows Of Violence”, os Hargos demonstram a grande capacidade das bandas vindas do Brasil. Considerados uma das maiores revelações de 2007, o vocalista Breno Lorenzo e o teclista Victor Munhoz dão a conhecer a sua banda a Portugal.

Metal Morfose: Hargos são considerados uma grande promessa do metal brasileiro. Como foi o início de carreira da banda?

Hargos: A banda surgiu em Maio de 2004, com o sonho de fazer músicas próprias de qualidade. Desde então batalhamos e colocamos as nossas ideias em prática. Começamos como todas as bandas, tocando na garagem, fazendo pequenos concertos e muita dedicação às nossas músicas.

Metal Morfose: O álbum “Shadows Of Violence” foi produzido por Stanley Soares, que já trabalhou com os Motörhead e Sepultura. Como surgiu essa oportunidade e se estão satisfeitos com o trabalho de produção?

Hargos: Amigos em comum colocaram Stanley no nosso caminho, e assim fizemos o contacto e conseguimos encaixar as gravações na sua apertada agenda. O resultado foi maravilhoso, pois foi a nossa primeira experiência em gravação e o disco ficou muito bom, com uma sonoridade muito boa. Stanley fez um grande trabalho.

Metal Morfose: Stanley Soares foi exigente com a banda, deu conselhos e modificou alguma coisa nas músicas?

Hargos: Sim, na hora de gravar ele deu dicas em muita coisa, deu-nos boas ideias na hora da execução e exigiu o melhor de cada um naquele momento, tendo paciência e sabendo conduzir as gravações.

Metal Morfose: Como tem sido recebido “Shadows Of Violence” pela critica especializada e pelos fãs de metal?

Hargos: Melhor é impossível. Fomos eleitos pela Roadie Crew, outras revistas e sites como banda revelação e um dos melhores discos nacionais de metal em 2007. A capa do disco também foi muito premiada. Temos recebidos excelentes elogios de revistas e programas de rádio dos USA e principalmente da Europa, demonstrando assim a boa receptividade do disco pela media especializada. Os fãs também gostaram muito, recebemos sempre apoio e boas críticas deles nos concertos e pelo site da banda.

Metal Morfose: Têm uma ideia de quantos discos já vendeu “Shadows Of Violence”?

Hargos: Sabemos que esgotou a versão digipack do disco, mas esse dado só a Die Hard sabe.

Metal Morfose: “Shadows Of Violence” teve várias participações e convidados especiais, podes revelar esses nomes e se foi fácil eles aceitarem o convite.

Hargos: Marcus Viana, é sem dúvida um dos ícones da música mineira em todos os sentidos, desde o seu trabalho na década de 70, com a banda de rock progressivo Seacula Seaculorium e na década de 80 com Sagrado Coração Da Terra. Ele é um ídolo para nós e participou nas faixas “Baghdad” e “Silent Angel”. Foi foda trabalhar com ele, é criativo e também gosta de som pesado. Já trabalhou com Angra e Shaman, ficamos sem palavras ter tido a honra dele no nosso disco. Isabela é uma grande vocalista e queríamos na balada uma mulher a fazer um dueto com o Breno. Ela encaixou perfeitamente com a sua voz, foi muito bom. Wallace também contribuiu muito, com os seus vocais guturais em algumas partes do disco, tem uma puta de garganta e foi muito tranquilo trabalhar com ele. Conseguimos as suas participações mostrando as músicas, eles ouviram, curtiram e gravaram.

Metal Morfose: Que mensagem tentam passar com as letras da banda?

Hargos: Passamos alguns sentimentos de revolta com o que acontece pelo mundo, como as guerras, a destruição da natureza pelo homem, também gostamos de retratar alguns filmes, como em “Carnage”, os jogos mortais, que é um filme muito bem feito e com uma história fantástica. Mas também fazemos algumas homenagens, como ao herói da inconfidência brasileira, Tiradentes. Falamos de amor na balada “Silent Angel”.

Metal Morfose: Acompanho bastante o metal brasileiro e surgem todos os anos boas bandas. Sentes que o movimento underground brasileiro está cada vez melhor e se acreditas que um dia poderam ser uma potência mundial do metal?

Hargos: Com certeza que poderemos ser um dia essa potência. Temos excelentes bandas que não devem em nada às bandas de fora, mas precisamos de mais apoio da media, na estrutura de concertos, estúdios profissionais de música melhorem. As editoras precisam investir mais nas bandas, mas para isso o público deve comprar mais CDS, como antigamente, ou então baixar os discos em sites que cobram preços justos pelas músicas, como i Tunes ou musicbuymail. O músico de metal não consegue viver aqui somente com a banda dele e assim não pode se dedicar a 100% ao estudo da música e ensaios. Esperamos que isso mude rapidamente.

Metal Morfose: Vocês têm um som agressivo, mas ao mesmo tempo melódico devido às teclas, sendo que a voz varia entre o rasgado e límpida consoante a música pede. Como classificas a sonoridade praticada?

Hargos: Essa pergunta é difícil. O som é metal, não curtimos muito rótulos, mas temos influências de trash, heavy metal, rock progressivo. Ouvimos de tudo.
Não temos preconceitos, nem nos prendemos em determinadas épocas. É metal.

Metal Morfose: Que planos têm para breve, já surgiram novas composições?

Hargos: Sim, estamos a compor novas músicas. Pretendemos em breve entrar em estúdio e gravar um novo disco. As ideias já estão a ser trabalhadas. Mas adianto que muita coisa será diferente no próximo disco.

Metal Morfose: Sei que têm dado concertos para grandes multidões no Brasil, têm planos de tocar fora do Brasil, já surgiram propostas do estrangeiro?

Hargos: Já tivemos convites de uma agência italiana, mas não se concretizaram, achamos que não era a hora certa. Temos planos para que em 2009, possamos embarcar para o velho continente. Mas isto deverá ocorrer, após o lançamento do 2º disco.

Metal Morfose: Na Europa surgem boatos que muitas bandas brasileiras têm que pagar para abrir um concerto de bandas internacionais. Isso é verdade e tens alguma opinião formada sobre isso?

Hargos: Sim, isso acontece muito. As bandas aqui já não têm apoio e alguns ainda cobram para elas abrirem paras bandas estrangeiras. Isso ocorre em todo Brasil. É uma coisa absurda, acho que as bandas aqui deveriam ser mais valorizadas pela media e público. Dificilmente isso mudará, já que no mundo da música, tempo é dinheiro, como em qualquer business. Mas isso ocorre lá fora também. Sei disso, pois temos algumas amizades de bandas estrangeiras.

Metal Morfose: Imagino que tenham acontecimentos cómicos que vos aconteceram durante a vossa carreira, querem partilhar alguns desses momentos?

Hargos: Um momento bastante cómico que aconteceu connosco, foi tocar no palco do rock em Salvador e quando chegamos à casa que a produção alugou para ficarmos durante uns dias, colocamos as nossas coisas. Imagina, Salvador em pleno carnaval, um calor intenso e quando fomos tomar banho momentos antes do concerto, não havia água. Ficamos desesperados, pois tínhamos passado o dia todo na praia. Tivemos que em cima da hora ir para outra casa e tivemos que tomar banho rápidamente, senão atrasaria e muito o evento. Mas no final deu tudo certo e depois do concerto a água tinha voltado (eheheh).

Metal Morfose: Muito obrigado pela entrevista e boa sorte. Mensagem para os leitores e fãs portugueses?

Hargos: Cara, muito obrigado pela oportunidade. Espero que todos gostem do disco. Ouçam o nosso trabalho em www.myspace.com/hargosband e aos portugueses, esperamos em breve podermos tocar aí e fazer um grande concerto.
ABRAÇOS E WELCOME TO THE STRONGEST METAL SOUND

Entrevista por: Adelino Oliveira
Site: http://www.hargos.net/
Myspace: www.myspace.com/hargosband

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