Metal Açoriano reeditado em K7 de 1980-2000

Viajando no tempo, e situando-nos na década de 90, encontramos uma época rica em heavy metal e um bom lote de bandas e seus concertos.

Era um mundo de grupos a lutar por um futuro próspero. O meio para o conseguir era tentar gravar as suas músicas em cassetes de demonstração (conhecidas como demo-tapes) e fazê-las chegar o mais longe possível, enviando-as para jornais, revistas, fanzines (revistas amadora feitas por fãs e para fãs), programas de rádio especializados e até mesmo editoras, em busca de um possível contrato discográfico.


Na atualidade os métodos e os meios são outros, e a realidade do panorama musical não poderia ser mais distante dos anos 90, mas em simultâneo muito se vem recuperando daqueles tempos gloriosos.

Em modo flash-back, a Mars Productions, com o apoio do Museu do Heavy Metal Açoriano, arrancou com o projeto Azorean Heavy Metal 1980-2000 Collection.


Esta ideia visa reeditar no clássico formato de cassete um lote de demo-tapes daquela época, hoje consideradas autênticas raridades, tornando-as novamente acessíveis ao público.

A coleção reunirá canções de 8 grupos distribuídas por 6 cassetes, sendo a primeira lançada no próximo dia 22 de março. Este Volume I será dedicado à banda Prophecy of Death, reunindo as quatro gravações editadas pelo quarteto micaelense, todas nos anos 90.


No Lado A encontraremos a promo-track Morte (1993) e a demo-tape Beyond Darkness (1994). No Lado B poderemos ouvir a promo-tape Immortality (1994) e a promo-track Punished.

As cassetes, numeradas à mão, estarão disponíveis em quatro cores diferentes, com uma tiragem total limitada a 100 exemplares.


Entretanto, estão a ser planeados os lançamentos dos volumes seguintes, a editar mensalmente. As bandas selecionadas são, por ordem de edição, os In Peccatum, Obscenus, Wreck Age, Sanctimouniously, Necropsia, Hangover e, no último volume, os veteranos Morbid Death.

Pretende-se desta forma reunir, em cada mês, numa única cassete, os primeiros e raros trabalhos de cada uma destas bandas.

Mas este vai além das reedições. Com efeito, uma destas bandas irá ver uma gravação sua, inédita até agora, chegar finalmente aos fãs. Trata-se de um registo gravado em estúdio, que nunca chegou a ser editado por a banda ter cessado funções meras semanas após a conclusão da gravação.


Pode parecer estranho e irracional nos dias de hoje optar pelo formato cassete para editar música. Este poderá parecer um formato obsoleto e fora de moda e circulação, mas só mesmo vivendo entre ilhas e com uma mentalidade provincial se pode pensar assim.


Ao contrário do que se possa pensar, o revivalismo de formatos como cassete ou vinil encontra-se muito em voga nos dias de hoje e os amantes da música e colecionadores procuram-nos cada vez mais.

Por tal, as cassetes editadas no âmbito desta coleção terão um número de unidades limitado, sendo, portanto, basicamente do interesse de colecionares e verdadeiros amantes do heavy metal.

Mais valor ainda apresentam estas cassetes se pensarmos que muitas destas bandas se encontram hoje extintas. Ao tentarmos reunir e recuperar os seus trabalhos, ficámos perplexos por saber que, em muitos casos, já nem elas próprias possuíam essas gravações. Muito do trabalho de recolha foi possível graças a alguns colecionadores do Continente. É, portanto, irónico saber que o produto das ilhas não é preservado pelos locais, mas sim por admiradores e colecionadores de fora.


O moderno aficionado que não possua um leitor de cassetes mas ainda assim quiser ouvir essas antigas demo-tapes tem a possibilidade de fazer o ‘download’ do conteúdo através de um código fornecido na caixa da cassete. Portanto, embora sendo objetos de coleção, as cassetes terão no interior um código, que permitirá aos fãs descarregar os conteúdos e reproduzi-los num computador, iPod , pen ou ate mesmo no telemóvel.

Quem adquirir todas as cassetes, irá tem uma coleção visualmente atrativa, uma vez que o conjunto das lombadas no seu todo, formam uma imagem tipo puzzle.


Embora a ideia deste projeto tenha partido da mente de Paulo Andrade (Mars Produtions), irá materializar-se em parceria com Mário Lino Faria (Museu do Heavy Metal Açoriano). De ressalvar que estes açorianos beneficiam do grande apoio de alguns elementos bastante conceituados no panorama do heavy metal regional e nacional.

Podemos assim referir nomes como José F. Andrade (jornalista Micaelense), Paulo Melo (músico e produtor micaelense), Fernando Ferreira (World of Metal Magazine), Dico (escritor de várias obras sobre o heavy metal nacional e antigo baterista dos Sacred Sin, a primeira banda nacional a passar na MTV), Luís Lamelas (proprietário da Glam-o-Rama Rock Shop e ex-guitarrista dos Moonspell), Manuel Fernandes (detentor da Bunker Store) e Pedro Almeida (proprietário da editora Miasma of Barbarity). O projeto beneficia ainda do apoio de Pedro Andrade e Luís Miguel Teixeira de Sousa ao nível gráfico.

Toda a informação e evolução deste projeto ambicioso encontra-se disponível nas páginas Facebook das duas entidades responsáveis pela iniciativa. Todos os interessados podem ir acompanhando todas as novidades da Azorean Heavy Metal 1980-2000 Collection.

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